domingo, 22 de abril de 2012

Livro Didático


O livro didático sempre foi um assunto obscuro para mim, ainda mais no estudo e ensino da sociologia. No meu ensino médio não tivemos livro para a matéria de sociologia, o que tivemos foram cópias que a professora nos entregava.



Agora reflito sobre a importância do livro didático como uma grande ferramenta que auxilia o professor – ainda mais para uma educadora que não tem experiência como eu – na tarefa de ensinar. Ele certamente traça uma linha de ensino que deixa o professor mais seguro de onde partir e em que lugar chegar.

Saímos da academia com muito conhecimento científico acumulado. Esse é meu grande receio em relação a sociologia no ensino médio. Que tipo de assunto é relevante para eles aprenderem, como ensinar. A fase da adolescência é “conturbada”, uma fase de descobertas e também de decepções. A sociologia, como forma de pensamento crítico, pode contribuir como para o crescimento desse aluno?

O livro didático, acredito eu, deve chamar o aluno a pensar a sociedade de outro ângulo. Não só isso, mas, perceber que existem várias formas de pensar a sociedade. Atrativos didáticos como filmes e até mesmo outros livros são sempre bem-vindos. A medida em que trazem discussões e ilustram o que se aprende no LD, torna a aula mais interessante para o aluno.

Por curiosidade fui procurar um livro didático de sociologia para o ensino médio, e confesse, me surpreendi. Não tive a oportunidade de lê-lo inteiro, mas em geral achei bem interessante. Traz discussões contemporâneas que tiram a sociologia da abordagem teórica e muito histórica. As dicas de filmes e livros, no final das unidades, também me interessaram pois tem características que trazem o aluno para a disciplina.


Me sinto animada com a tarefa de ensinar depois deste primeiro contato com o livro didático, vejo que ele é um grande suporte e aliado para o professor. 

sábado, 14 de abril de 2012

Conhecimento escolar.

Uma das principais características do conhecimento escolar é a “didatização”. Para um conteúdo ser transmitido de áreas acadêmicas específicas para a sala de aula, é preciso que ocorra uma adequação para que o aluno possa compreender segundo seus conhecimentos prévios. De tal forma que isso não prejudique o conhecimento em si, isto é, que ocorra uma simplificação que o torna fora da realidade. Que é o que acontece na maioria das vezes. Em matérias curriculares como a biologia, por exemplo, deve haver uma  "descontextualização acadêmica” do conhecimento, e uma adequação ao conhecimento escolar, para que vários conteúdos sejam transmitidos numa determinada carga horária, o complexo entorno que carrega o conhecimento, quando desconsiderado, faz com que o conteúdo pareça existir em outra dimensão, mas não no mundo em que o aluno está.

Além disso, o conhecimento escolar deve ser adequado para avaliações. Isso já está tão impregnado no pensamento do aluno, que ele mesmo questiona o professor se a matéria que está sendo passada vai cair na prova, a resposta sendo negativa o aluno nem se preocupa em prestar atenção na explicação. Não um costume nos estudantes do valor do aprender em si. Até por ser muito abstrato grande arte do conhecimento que recebem nas escolas.

Agora, convido vocês a pensarem sobre a imagem da Mafalda e seus amigos. As características de cada um são bem diversas. Isso me levou a refletir além da ideologia do currículo oculto, como também sobre a História. Esta de letra maiúscula porque durante um bom tempo foi única. Uma visão apenas. Para isto o vídeo de Chimamanda Adichie sobre o perigo de uma única história.


Os pontos de vista de um determinado acontecimento, podem ser contraditórios em vários aspectos. E no assunto História é preciso que a "cultura dominante" não seja a única a ser transmitidas, mas também as várias histórias que exitem pelo mundo e que podem ser contadas também pelos próprios alunos em sala de aula.

Ao entrar numa sala e perceber a diversidade de alunos, não tratar como exatamente iguais: alunos. Mas vê-los cada um em sua particularidade, em que contexto está inserido, quais as dificuldades que encontra em sua família, e até mesmo as dificuldades. Entender o aluno não como “farinha do mesmo saco”, mas como indivíduos que estão ali por algum motivo, e sendo ele qual for devem ser tratados conforme for preciso.

terça-feira, 10 de abril de 2012

O que é currículo? Para que serve?


Imagem para pensar e ilustrar o tema currículo!

A situação desenhada reflete o que acontece em algumas escolas no Brasil. A começar pelo livro didático, todos seus “problemas” de interpretação de conhecimentos escolares passam, ou deveriam passar, por questionamento sobre sua imparcialidade e até mesmo objetivo daquelas explicações. Isto é, a questão do currículo oculto.

Entendo o currículo, principalmente, como uma forma de organização de ensino. Envolvendo desde as habilidades que se pretende que o aluno alcance, os objetivos, passando pelo conteúdo programático e terminando na avaliação da aprendizagem. O que deve ser inserido num currículo está intimamente ligado com o que é importante para a sociedade naquele momento. Há um entrelaçamento de interesses entre um e outro.

Tendo isso em vista, podemos pensar na teoria crítica de currículo: a sociedade está passando por períodos de questionamento, e até mesmo mudança, de valores; há uma falta de humanidade nas escolhas das ações de governos, o currículo se manifestou como uma ferramenta de mudança. A crítica social alavancada por ele é encadeada pelos movimentos sociais. Se não queremos mais robôs que trabalhem em fábricas, o que deve mudar no ensino para que mude também a sociedade?

Paulo Freire fornece várias respostas para este tipo de pergunta. Um ensino crítico e na contramão da educação bancária resulta em alunos críticos a sociedade e, não mais sujeitos oprimidos só esperando para dar a “resposta correta”. Desta forma, o currículo se apresenta como política. Ele não está apenas inserido na escola para suprir conhecimentos gerais e normas de conduta que o aluno deve ter. Mas, para criticar um sistema institucionalizado que acredita que seu poder é inquestionável.

Nas escolas, o aprendizado ocorre de forma, algumas vezes, subliminar – o que chamamos de currículo oculto. No qual uma mensagem é passada sem que os indivíduos percebam. Claro que a imparcialidade do professor é muito importante na hora de passar um conteúdo, mas acredito ser aplicável, à esta situação, a “objetividade” Weberiana. Ou talvez, no mínimo, mostrar os dois lados da moeda.

Em disciplinas como história, geografia, fica muito claro o teor enviesado do ensino que prefere falar em “Descobrimento da América” ao invés da matança ocorrida aqui nos primeiros anos de colonização.

Pretendo buscar um ensino da sociologia que faça com que os alunos se tornem mais críticos em relação ao que acontece em nosso redor. Com atividades de reflexão, que apresentem vários pontos de vista sobre uma mesma polêmica, acredito ser a melhor forma de instigar essa curiosidade de algo diferente do senso comum nos alunos.

domingo, 1 de abril de 2012

Ofício de professor



Ainda não tenho certeza do meu papel como professora. De certo modo, o professor é um exemplo para o(a) aluno(a), que espelha suas atitudes nas do educador. Tendo isto em vista, penso na responsabilidade do que vou falar em sala de aula, ainda se tratando de sociologia. Espero instigar uma "pulguinha crítica" nos meus alunos, fazê-los pensar e refletir obre alguns temas que, de alguma forma, já vem "discutidos" de casa. Talvez não discutidos, mas com uma opinião formada pela mídia e até mesmo pelos pais.
                A mídia, neste caso, influencia muito no pensamento dos adolescentes. Se nos meus anos de ensino médio a internet já estava amplamente difundida, agora, com novas redes sociais, novas formas de interação com as notícias, meu papel como professora vai ser mais difícil. O aluno já chega à sala de aula sabendo muita coisa, com uma carga sobre determinados assuntos, às vezes até maior que a do professor, justamente pela sua facilidade de interação com essas novas tecnologias. Assim, acredito que o professor deve usar isso a seu favor, e não contra. Ao agregar esse conhecimento que o aluno traz de casa, uma espécie de capital cultural, o professor pode discutir assuntos diversos dentro de suas teorias.
                Neste mesmo tema, gostaria de discutir um pouco sobre as diferenças da escola nos seus primeiros anos e, agora. A educação, em princípio, na sua "criação", tinha uma semelhança grande com as fábricas. Pensar a sala de aula como o futuro local de trabalho dos alunos que já devem ir se acostumando com a rotina e a disciplina foi uma "sacada genial" para época. Porque qual seria o papel da escola se não, preparar para o mercado de trabalho? Isso implica, e se explica pelo contexto histórico da época, assim como o tipo de economia e objetivos vigentes.
                Podemos afirmar que a escola perdeu partes dessas características. Mas não totalmente. À exemplo disto temos os ensinos profissionalizantes. Que buscam preparar o jovem para o mercado de trabalho. Claro, hoje mais diversificado, porém ainda maçante.
                Dentro deste contexto me pergunto onde se encaixa a sociologia? Acaba por ir de encontro a essa concepção de escola, pois a sociedade não necessita de questionadores, mas de trabalhadores.