Piaget e
Vygotsky fazem parte do modelo interacionista de pensar a aprendizagem. Neste,
há um papel fundamental do sujeito no aprender sendo de grande importância a
interação entre todo o conjunto de indivíduos (aluno, professor) e coisas
(currículo escolar, atividades, entre outros).
Para Piaget o
processo de desenvolvimento do aprendizado se assemelha a biologia num sentido
em que o sujeito, aluno, se desenvolve em etapas, isto é, ele vai atingir as
diferentes fazes de desenvolvimento passando pelas várias etapas da
aprendizagem. Porém, este autor não faz uma ligação entre o aprendiz e a cultura,
entre o contexto em que está inserido. Este aspecto, em específico, mostra a
divergência entre Piaget e Vygotsky, pois para o segundo a cultura e a vida
fora da sala de aula são de grande valia para entender e estudar o aprendizado.
O indivíduo, neste caso, é histórico e as suas relações vão influenciar na
maneira de ele apreender o que se ensina. Seguindo este caminho, Vygotsky
afirma a importância da interação para o aprendizado, pois é com a mediação, a partir da interação, que o sujeito pode atingir o conhecimento.
O interacionismo me parece uma forma muito coerente de pensar a aprendizagem e até mesmo viver ela. Vygotsky é muito convincente ao abordar a mediação como o tema mais relevante para o sucesso na aprendizagem, ainda mais por perceber um sujeito histórico cultural e social. Quando o professor entra em sala de aula ele deve compreender previamente que os alunos não são "cordeirinhos" que vão seguir seus passos e o que ele divulga como verdade. O aprendiz tem uma relação com o objeto - conhecimento escolar - assim como o professor. E essa relação se da de forma direta, a mediação serve como um auxiliar para se obter sucesso na ação sendo que ela não se dá necessariamente com o professor, mas com outros colegas que já o fizeram, com os pais ou outras pessoas. Ou seja, a mediação será toda a intervenção que o aprendiz recebe na busca de um determinado aprendizado e no fim a tarefa é cumprida. Desta forma não se descarta o conhecimento prévio nem o contexto em que ele está inserido.
Agora, para ilustrar, uma gravura que descreve bem a questão do interacionismo:

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