quarta-feira, 4 de julho de 2012

Encerramento

Enfim o final do semestre chegou e, com ele as postagens neste blog também se vão...


Foram 11 posts sobre educação e temas de didática. A experiência foi muito gratificante. Tomei conhecimento de currículo, passando pelo livro didático e chegando ao plano de ensino.


Escrever para o blog me fez pensar sobre os assuntos estudados em sala de forma a distanciá-los dos livros e aproximá-los da realidade escolar.


A docência está se aproximando e espero que seja tão gratificante quanto acredito ser. Ainda não me sinto totalmente preparada para entrar em sala como professora, mas a incerteza entre licenciatura e bacharelado já não existem mais.


Quero fazer um agradecimento à turma de Didática B  da UFSC de 2012.1, foram aulas muito divertidas e as discussões muito valiosas. E um agradecimento especial à Prof. Jane que nos lecionou esta disciplina e nos proporcionou momentos muito interessantes de aprendizagem.


Adeus a todos e, até o próximo semestre.
Quem sabe o blog continue, mas por enquanto preciso de férias!

domingo, 1 de julho de 2012

Plano de ensino

O plano de ensino é um grande aliado no planejamento de uma aula, ainda mais para professoras inexperientes como eu. Ele nos possibilita uma sistematização dos conteúdos a serem passados e uma melhor organização da aula. Um plano de aula bem feito com objetivos gerais, específicos, tempo de atividades, facilita o trabalho do professor e mantém uma coerência no ensino.


Um site muito interessante sobre o assunto é da Nova Escola, ele mostra exemplos de planos de aula que podem ser utilizados pelos professores e interessados no assunto.


Não tenho experiência com a construção deste plano, pois nunca dei aula, mas os exemplos que pesquisei puderam me mostrar que este artifício é uma grande aliado do professor.


Seria interessante entregar aos alunos um plano geral de como vai funcionar aquela disciplina durante o ano letivo. Isso contribui para os próprios alunos saberem o que os espera, o que terão que fazer nas aulas e o que irão aprender, até para que eles comentem quais assuntos gostam mais, quais nunca ouviram falar e quais tem curiosidade de conhecer. Essa construção conjunta da disciplina aproxima o aluno do professor, ele se sente responsável pelo que vai aprender, desta forma daria mais importância a seus trabalhos e aprendizagens da disciplina.


Os objetivos devem ser muito bem pensados, eles trazem com mais frequência verbos como: adquirir, apresentar, demonstrar, identificar, palavras que auxiliam na construção destes planos.


Acredito que são de grande valia para um controle do professor na sala de aula. Para ele saber qual caminho está seguindo e o que vem a seguir. É importante também ter um "plano B" para as aulas que fugirem do planejado, em que os alunos demoram mais tempo para para finalizar a atividade ou mesmo terminam antes do planejado.

terça-feira, 26 de junho de 2012

E agora, como se avalia?

A avaliação se transforma numa atividade de conhecimento a partir do momento que ela enfatiza as correções solidárias de quem aprende, sem penalizar as ignorâncias e esquecimentos avaliamos para conhecer, não para qualificar. Para isto, o professor deve considerar o processo pelo qual o aluno passou para desenvolver aquela resposta, as estratégias de conhecimento que ele se apropriou para chegar àquele resultado.

Por conter diferentes contextos e particularidades o professor tem grandes responsabilidades no momento de diagnosticar o fracasso, porém ele não está sozinho nesta tarefa, a família, a escola e o próprio aluno, devem estar interagindo juntos, ou seja, busca-se um agir coletivo perante a situação. A perspectiva do conhecimento não é uma chegada fixa, mas um caminho a se percorrer. Esse trajeto, feito por alunos e professores, deve ter indivíduos dispostos a construir um conhecimento e a refutá-lo quando necessário.

O professor deve compreender sua profissão como um mecanismo que está em constante movimento, não pronto e estável. Para isto a busca por “atualizações” e aprendizagem depois da academia não pode terminar em determinado momento de sua trajetória.

Na docência de ciências sociais, assim como em várias outras, o professor deve estar atento à construção de novos conhecimentos, novas formas e caminhos traçados para distintos objetivos. Desta forma não se deve engessar o conhecimento positivando-o de tal forma que o que se aprende na academia é a verdade em última instância.

Não é aprovar ou reprovar, mas até que ponto a avaliação do professor fornece precedentes para o aluno aprender com ela, com as correções. Elas devem ser relevantes e de caráter explicativo para que evitem o possível fracasso e permitam um aprendizado “válido”. Os próprios erros, se bem explicados e argumentados por que são erros, se tornam um texto de aprendizagem. É preciso que se subsidie a maior quantidade possível de informação, sem deixar de lado a qualidade, sobre a correção, para o aluno, em virtude de que a avaliação não se torne arbitrária. 

O professor que, de certo modo, transmite o conhecimento acadêmico para o aluno deve ter uma carga de informação sobre a forma de fazê-lo e propriamente de seu conteúdo. A autoridade investida ao professor subsidiada pelo “cajado da sabedoria”, não serve para impor determinados conteúdos de forma bancária a seus alunos. A troca entre professor e aluno busca ser válida para os dois lados sem que um ou outro saia prejudicado.

É neste sentido que o “exercício ético da autoridade” fundamentado pelo professor opera contra uma imposição de conhecimento de forma hierárquica, isto é, do professor para o aluno. No mesmo caminho a avaliação com fundamentos formativos faz uma intermediação para se chegar numa processo de aprendizagem “positivo”.Uma boa avaliação precisa ser construída em conjunto, ela se concentra no aluno e no professor. Assim, para se avaliar, o avaliador deve estar disposto a partilhar a correção e a aprender com o avaliado, não apenas ter como base uma educação de cima para baixo, isto é o aluno é uma tabula rasa que recebe as informações que o professor, dono do saber as transmite.A correção da avaliação deve insistir na argumentação do aluno. Procura-se um viés crítico e bem argumentado na exposição do aluno, que sobressairá aos erros cometidos. Estes, por conseguinte, não necessitam ser ressaltados pelo professor, o aluno aprende quando entende o que fez de correto visualizando seus erros em conjunto com o professor, transformando em “respostas corretas” em harmonia com seu pensamento, não com o que o professor espera como resposta.

Acredito que o ensino de ciências sociais no Ensino Médio parte do princípio de emergir cidadãos críticos perante a sociedade e não meros seguidores de tendências da indústria cultural. A avaliação a serviço da aprendizagem pode promover isto de tal forma que desvincula a educação dos princípios tradicionais. Partindo de trabalhos que promovam uma argumentação, um posicionamento do aluno perante algum tema ou acontecimento mostra-se o caráter transformador que a escola, pode e deve possuir.

A partir do momento que o educador está disposto a ser educado pelo aluno, ele muda o perfil hierárquico do ensino e passa a qualidade de aprendiz, isto é, a soberba do professor é esvaziada pela ética do trabalho e da aprendizagem em conjunto. Estas qualidades do professor devem ser postas em prática no momento da avaliação, em que o aluno age conjuntamente para absorver seu aprendizado de forma que aprenda com suas respostas. As canetas vermelhas que rasuram um conhecimento alheio não estão a serviço do ensinamento, mas da disciplina. É por isto que uma boa avaliação é aquela que instiga o aluno a pensar a argumentar não em busca da resposta correta, mas do seu pensamento individual.

domingo, 17 de junho de 2012

Como me posicionar diante das novas didáticas?

Partamos do princípio: as escolas tradicionais são hegemonia no país. As opções de escolas com novas didáticas são, em sua maioria, para instituições privadas em que os pais devem disponibilizar de um capital financeiro que não possuem famílias menos favorecidas. Esse novo modelo já implica numa divisão classista da sociedade uma vez que oportuniza uma parcela selecionada da população para fazer parte de um tipo diferente de aprendizagem escolar.

Não descarto, desta forma, os pontos negativos do ensino tradicional: a disciplina, o ensino fragmentado, o trabalho escolar executado sob vigilância, “exaltação” de erros dos alunos. Porém, acredito que é a didática tradicional que é possível ser aplicada no atual contexto histórico-social em que estamos inseridos. Vejo ainda que a própria transposição de conteúdo, como é feita atualmente atinge “sucesso” na maioria dos casos, isto é, o educador não tem ferramentas, tempo, nem reconhecimento/remuneração adequados para tratar das individualidades dos alunos.

Isto implica, certamente, numa disparidade de conhecimento quando avaliados no vestibular. Quando os alunos de diferentes lugares, escolas e contextos são avaliados de forma semelhante disputando uma mesma vaga perpetua-se o modelo de ensino tradicional. Não há como, pelo menos no momento em que estamos, avaliar o aluno pelas suas qualidades e não pelos seus erros, como é feito.

Por isto acredito que as mudanças buscadas pelas novas didáticas são importantes se partirem do pressuposto que devem ser geridas pelo governo e aplicadas como um todo, sem priorizar tipos distintos da sociedade. Só assim, vejo uma luz de revolução no ensino. Um professor que chega em sala com o intuito de mudar o que é feito por anos a fio vê-se barrado por burocracias e disciplinas, num sentido Foucotiano da palavra, arraigadas nos seus colegas de profissão que não permitirão mudanças, uma vez que para mudar é preciso pensar e agir diferente.





quarta-feira, 13 de junho de 2012

O interacionismo


Piaget e Vygotsky fazem parte do modelo interacionista de pensar a aprendizagem. Neste, há um papel fundamental do sujeito no aprender sendo de grande importância a interação entre todo o conjunto de indivíduos (aluno, professor) e coisas (currículo escolar, atividades, entre outros).

Para Piaget o processo de desenvolvimento do aprendizado se assemelha a biologia num sentido em que o sujeito, aluno, se desenvolve em etapas, isto é, ele vai atingir as diferentes fazes de desenvolvimento passando pelas várias etapas da aprendizagem. Porém, este autor não faz uma ligação entre o aprendiz e a cultura, entre o contexto em que está inserido. Este aspecto, em específico, mostra a divergência entre Piaget e Vygotsky, pois para o segundo a cultura e a vida fora da sala de aula são de grande valia para entender e estudar o aprendizado. O indivíduo, neste caso, é histórico e as suas relações vão influenciar na maneira de ele apreender o que se ensina. Seguindo este caminho, Vygotsky afirma a importância da interação para o aprendizado, pois é com a mediação, a partir da interação, que o sujeito pode atingir o conhecimento.

O interacionismo me parece uma forma muito coerente de pensar a aprendizagem e até mesmo viver ela. Vygotsky é muito convincente ao abordar a mediação como o tema mais relevante para o sucesso na aprendizagem, ainda mais por perceber um sujeito histórico cultural e social. Quando o professor entra em sala de aula ele deve compreender previamente que os alunos não são "cordeirinhos" que vão seguir seus passos e o que ele divulga como verdade. O aprendiz tem uma relação com o objeto - conhecimento escolar - assim como o professor. E essa relação se da de forma direta, a mediação serve como um auxiliar para se obter sucesso na ação sendo que ela não se dá necessariamente com o professor, mas com outros colegas que já o fizeram, com os pais ou outras pessoas. Ou seja, a mediação será toda a intervenção que o aprendiz recebe na busca de um determinado aprendizado e no fim a tarefa é cumprida. Desta forma não se descarta o conhecimento prévio nem o contexto em que ele está inserido.

Agora, para ilustrar, uma gravura que descreve bem a questão do interacionismo:


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Documentos Curriculares

O PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) é uma documento curricular que tem como pretexto auxiliar o professor na sua docência. Os parâmetros de sociologia, mais especificamente, se voltam a explicitar quais os principais conceitos os alunos devem ter conhecimento. Quais as diferentes formas de interpretação da sociedade? Quais mudanças do contexto mundial influenciaram nas marcas históricas de nosso tempo? Para isto, o autor utiliza de uma abordagem marxista, comentando as mudanças das condições sociais, econômicas e políticas dos séculos XVIII e XIX.


Mesmo que o nome da disciplina no Ensino Médio seja "Sociologia" a abordagem deve acontecer nas três grandes áreas das Ciências Sociais: Antropologia, Sociologia, Ciência Política. Neste sentido, o professor deve se apropriar dos principais "conceitos de mundo" de cada área em particular e transmitir de forma dinâmica aos alunos.

Incitar a discussão em seus alunos, é grande passo que o professor da em direção ao seu objetivo final. Que seria uma visão mais distanciada do senso comum, isto não significa formar alunos marxistas, mas colocar um ponto de interrogação em suas mentes na hora em que olham alguma notícia, participam de alguma discussão, ou qualquer outro tipo de interação social. 

Acredito que será gratificante se meus futuros alunos se sintam agentes atuantes da sociedade depois de minhas aulas. Que entendam que "as coisas não são assim porque sempre foram assim", mas que a interação indivíduo sociedade é o ponto chave para o fim a se buscar.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Integração curricular


Para a integração curricular, os temas integradores são uma importante forma de interdisciplinaridade, de integração entre as várias disciplinas. Acredito que isso auxilie o aluno na hora de pensar sobre o que ele aprende. Quando um professor ensina a matéria e ela está longe do alcance do aluno, isto é, ele não consegue integrá-lo a sua realidade, a integração curricular pode possibilitar esse tipo de aprendizagem mais próximo da realidade do estudante.

Temas como saúde, tempo e espaço, podem ser abordados nas diferentes áreas do ensino médio. Mesmo com abordagens diferentes os alunos acabam absorvendo melhor a matéria, pois ela é estudada de diversos ângulos. Até mesmo temas como classes sociais, podem ser tratados na história, na sociologia, e em língua portuguesa. Cada matéria que for tratar esse assunto vai fazer o aluno lembrar que viu o tema em outra disciplina, assim, sem perceber, vai reforçar o aprendizado.

Outro ponto que é importante de se tratar é a própria integração entre os professores. Com atividades conjuntas os professores de diferentes disciplinas conversam para discutir seus currículos, além de haver uma maior visibilidade entre o que um e outro professor ensina para seus alunos, pode-se criar uma cumplicidade entre eles.

A relevância da integração curricular está justamente na conversa que é gerada desta prática, do currículo oculto que pode surgir. Os alunos também gostam de sentir que um mesmo tema é tratado por vários professores.

Com isso, digo que a integração curricular á importante sim e, além de tudo, muito interessante e pertinente para uma aprendizagem do mundo real, mais distante o ideal.

domingo, 22 de abril de 2012

Livro Didático


O livro didático sempre foi um assunto obscuro para mim, ainda mais no estudo e ensino da sociologia. No meu ensino médio não tivemos livro para a matéria de sociologia, o que tivemos foram cópias que a professora nos entregava.



Agora reflito sobre a importância do livro didático como uma grande ferramenta que auxilia o professor – ainda mais para uma educadora que não tem experiência como eu – na tarefa de ensinar. Ele certamente traça uma linha de ensino que deixa o professor mais seguro de onde partir e em que lugar chegar.

Saímos da academia com muito conhecimento científico acumulado. Esse é meu grande receio em relação a sociologia no ensino médio. Que tipo de assunto é relevante para eles aprenderem, como ensinar. A fase da adolescência é “conturbada”, uma fase de descobertas e também de decepções. A sociologia, como forma de pensamento crítico, pode contribuir como para o crescimento desse aluno?

O livro didático, acredito eu, deve chamar o aluno a pensar a sociedade de outro ângulo. Não só isso, mas, perceber que existem várias formas de pensar a sociedade. Atrativos didáticos como filmes e até mesmo outros livros são sempre bem-vindos. A medida em que trazem discussões e ilustram o que se aprende no LD, torna a aula mais interessante para o aluno.

Por curiosidade fui procurar um livro didático de sociologia para o ensino médio, e confesse, me surpreendi. Não tive a oportunidade de lê-lo inteiro, mas em geral achei bem interessante. Traz discussões contemporâneas que tiram a sociologia da abordagem teórica e muito histórica. As dicas de filmes e livros, no final das unidades, também me interessaram pois tem características que trazem o aluno para a disciplina.


Me sinto animada com a tarefa de ensinar depois deste primeiro contato com o livro didático, vejo que ele é um grande suporte e aliado para o professor. 

sábado, 14 de abril de 2012

Conhecimento escolar.

Uma das principais características do conhecimento escolar é a “didatização”. Para um conteúdo ser transmitido de áreas acadêmicas específicas para a sala de aula, é preciso que ocorra uma adequação para que o aluno possa compreender segundo seus conhecimentos prévios. De tal forma que isso não prejudique o conhecimento em si, isto é, que ocorra uma simplificação que o torna fora da realidade. Que é o que acontece na maioria das vezes. Em matérias curriculares como a biologia, por exemplo, deve haver uma  "descontextualização acadêmica” do conhecimento, e uma adequação ao conhecimento escolar, para que vários conteúdos sejam transmitidos numa determinada carga horária, o complexo entorno que carrega o conhecimento, quando desconsiderado, faz com que o conteúdo pareça existir em outra dimensão, mas não no mundo em que o aluno está.

Além disso, o conhecimento escolar deve ser adequado para avaliações. Isso já está tão impregnado no pensamento do aluno, que ele mesmo questiona o professor se a matéria que está sendo passada vai cair na prova, a resposta sendo negativa o aluno nem se preocupa em prestar atenção na explicação. Não um costume nos estudantes do valor do aprender em si. Até por ser muito abstrato grande arte do conhecimento que recebem nas escolas.

Agora, convido vocês a pensarem sobre a imagem da Mafalda e seus amigos. As características de cada um são bem diversas. Isso me levou a refletir além da ideologia do currículo oculto, como também sobre a História. Esta de letra maiúscula porque durante um bom tempo foi única. Uma visão apenas. Para isto o vídeo de Chimamanda Adichie sobre o perigo de uma única história.


Os pontos de vista de um determinado acontecimento, podem ser contraditórios em vários aspectos. E no assunto História é preciso que a "cultura dominante" não seja a única a ser transmitidas, mas também as várias histórias que exitem pelo mundo e que podem ser contadas também pelos próprios alunos em sala de aula.

Ao entrar numa sala e perceber a diversidade de alunos, não tratar como exatamente iguais: alunos. Mas vê-los cada um em sua particularidade, em que contexto está inserido, quais as dificuldades que encontra em sua família, e até mesmo as dificuldades. Entender o aluno não como “farinha do mesmo saco”, mas como indivíduos que estão ali por algum motivo, e sendo ele qual for devem ser tratados conforme for preciso.

terça-feira, 10 de abril de 2012

O que é currículo? Para que serve?


Imagem para pensar e ilustrar o tema currículo!

A situação desenhada reflete o que acontece em algumas escolas no Brasil. A começar pelo livro didático, todos seus “problemas” de interpretação de conhecimentos escolares passam, ou deveriam passar, por questionamento sobre sua imparcialidade e até mesmo objetivo daquelas explicações. Isto é, a questão do currículo oculto.

Entendo o currículo, principalmente, como uma forma de organização de ensino. Envolvendo desde as habilidades que se pretende que o aluno alcance, os objetivos, passando pelo conteúdo programático e terminando na avaliação da aprendizagem. O que deve ser inserido num currículo está intimamente ligado com o que é importante para a sociedade naquele momento. Há um entrelaçamento de interesses entre um e outro.

Tendo isso em vista, podemos pensar na teoria crítica de currículo: a sociedade está passando por períodos de questionamento, e até mesmo mudança, de valores; há uma falta de humanidade nas escolhas das ações de governos, o currículo se manifestou como uma ferramenta de mudança. A crítica social alavancada por ele é encadeada pelos movimentos sociais. Se não queremos mais robôs que trabalhem em fábricas, o que deve mudar no ensino para que mude também a sociedade?

Paulo Freire fornece várias respostas para este tipo de pergunta. Um ensino crítico e na contramão da educação bancária resulta em alunos críticos a sociedade e, não mais sujeitos oprimidos só esperando para dar a “resposta correta”. Desta forma, o currículo se apresenta como política. Ele não está apenas inserido na escola para suprir conhecimentos gerais e normas de conduta que o aluno deve ter. Mas, para criticar um sistema institucionalizado que acredita que seu poder é inquestionável.

Nas escolas, o aprendizado ocorre de forma, algumas vezes, subliminar – o que chamamos de currículo oculto. No qual uma mensagem é passada sem que os indivíduos percebam. Claro que a imparcialidade do professor é muito importante na hora de passar um conteúdo, mas acredito ser aplicável, à esta situação, a “objetividade” Weberiana. Ou talvez, no mínimo, mostrar os dois lados da moeda.

Em disciplinas como história, geografia, fica muito claro o teor enviesado do ensino que prefere falar em “Descobrimento da América” ao invés da matança ocorrida aqui nos primeiros anos de colonização.

Pretendo buscar um ensino da sociologia que faça com que os alunos se tornem mais críticos em relação ao que acontece em nosso redor. Com atividades de reflexão, que apresentem vários pontos de vista sobre uma mesma polêmica, acredito ser a melhor forma de instigar essa curiosidade de algo diferente do senso comum nos alunos.

domingo, 1 de abril de 2012

Ofício de professor



Ainda não tenho certeza do meu papel como professora. De certo modo, o professor é um exemplo para o(a) aluno(a), que espelha suas atitudes nas do educador. Tendo isto em vista, penso na responsabilidade do que vou falar em sala de aula, ainda se tratando de sociologia. Espero instigar uma "pulguinha crítica" nos meus alunos, fazê-los pensar e refletir obre alguns temas que, de alguma forma, já vem "discutidos" de casa. Talvez não discutidos, mas com uma opinião formada pela mídia e até mesmo pelos pais.
                A mídia, neste caso, influencia muito no pensamento dos adolescentes. Se nos meus anos de ensino médio a internet já estava amplamente difundida, agora, com novas redes sociais, novas formas de interação com as notícias, meu papel como professora vai ser mais difícil. O aluno já chega à sala de aula sabendo muita coisa, com uma carga sobre determinados assuntos, às vezes até maior que a do professor, justamente pela sua facilidade de interação com essas novas tecnologias. Assim, acredito que o professor deve usar isso a seu favor, e não contra. Ao agregar esse conhecimento que o aluno traz de casa, uma espécie de capital cultural, o professor pode discutir assuntos diversos dentro de suas teorias.
                Neste mesmo tema, gostaria de discutir um pouco sobre as diferenças da escola nos seus primeiros anos e, agora. A educação, em princípio, na sua "criação", tinha uma semelhança grande com as fábricas. Pensar a sala de aula como o futuro local de trabalho dos alunos que já devem ir se acostumando com a rotina e a disciplina foi uma "sacada genial" para época. Porque qual seria o papel da escola se não, preparar para o mercado de trabalho? Isso implica, e se explica pelo contexto histórico da época, assim como o tipo de economia e objetivos vigentes.
                Podemos afirmar que a escola perdeu partes dessas características. Mas não totalmente. À exemplo disto temos os ensinos profissionalizantes. Que buscam preparar o jovem para o mercado de trabalho. Claro, hoje mais diversificado, porém ainda maçante.
                Dentro deste contexto me pergunto onde se encaixa a sociologia? Acaba por ir de encontro a essa concepção de escola, pois a sociedade não necessita de questionadores, mas de trabalhadores.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Escolarização...


Minha escolarização, a básica, foi cursada parte em escola pública, parte em escola privada. Percebo diferenças claras nesses contextos: metodológicas, financeiras (óbvio), e até mesmo a experiência com os colegas e com os amigos que fiz. Como a disciplina, justamente por ser oferecida por um curso de uma instituição federal, foca seu ensino na escolarização pública, contarei com mais veemência meus anos em escolas do governo.

Começo pelo uniforme. Escolas municipais faziam uniformes mais arrojados e descolados, mesmo que para caracterizar uma padronização de vestimenta, ele calcula status diferenciados em contraste com as escolas estaduais. Pelo menos é o que pude perceber na minha cidade.

O controle do governo no ensino e a sua “mão direta” na escola era confirmada a cada quatro anos em tempos de eleições. Sei que muitos alunos tinham na merenda da escola uma das refeições mais fartas do dia, mas no verão sem vento que tem nas cidades do norte o estado, fica meio difícil comer sopa de feijão as 3 da tarde. Por isso, os calorosos candidatos que tentavam a reeleição, nos serviam com iogurte e pudim numa periodicidade, infelizmente pequena, mas em abundância quando chegavam.
Fato curioso, procurando uma foto da minha antiga escola acabei encontrando um site dela com uns trabalhos de alguns alunos. O meu estava lá, um dos trabalhos que fiz que mais me marcou. A proximidade com a realidade foi presente nessa prática, onde os melhores trabalhos, ou o grupo que fizesse um trabalho mais “bonito” poderia fazer o desenho do jardim que fica em frente a escola. Era um poema do Millôr Fernandes com o título “Matemática” que tivemos que ilustrar, foi divertidíssimo fazê-lo, ainda mais depois quando fomos escolhidos para ajudar na construção e no desenho do jardim. Junto como aprendizado em sala de aula, o conhecimento sobre a geometria serviu para pensarmos na melhor exposição das diferentes flores no jardim. Usamos desenhos geométricos, medimos, e se não estou enganada, também ajudamos a plantar as flores.

Ficou bonito.

Esse mecanismo de socialização foi interessante na medida em que nos tirou da sala de aula, mas não da aprendizagem.

A foto da escola é essa, e o jardim é esse da frente, mas sem a nossa belíssima obra de arte.



Por hoje é só, até a próxima!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Primeira postagem

Olá, o "Didática nas Sociais" é um blog criado para a disciplina de Didática B do curso de Ciências Sociais da UFSC.
Pretendo utilizá-lo de forma acadêmica, não imparcial, como uma ferramenta de disseminação de conhecimento ;)
Abrindo o blog hoje, acredito que a minha inexperiência e vergonha atrapalharão um pouco no início, mas com um tempo maior de entrosamento com a internet e com a disciplina as coisas se encaixarão de forma, acredito eu, mais harmoniosa.